terça-feira, 14 de maio de 2013

Viver, apenas

E quando eu mais preciso de forças parece que tudo converge a me deixar frágil.
Eu nem sei mais o que fazer, o que sentir, como agir.
E quando eu já não tenho nada em mãos além de minhas lágrimas?
Eu já não sei o que fazer.
Todos os meios de esquecer e fingir que não é real,
Todas as formas de conversar, mudar o foco, trocar o assunto,
De nada adianta sofrer em silêncio.
Quando meu quarto já não é suficiente,
Quando as lágrimas não são suficientes,
Quando os dedos não são suficientes,
Quando a vida se torna insuficiente
Não há o que fazer.
Tenho tanto medo das minhas cargas, cada vez maiores.
Tenho tantas cargas, tantos medos.
Apesar da força inata, do choro contido,
Da escuridão que me afeta, já não sei como agir.
Ando preso em círculos,
Já não entendo o que sentir
E sequer o que fazer.
Eu preciso de paz, eu preciso de tranquilidade, de sorriso, apenas.
Espero, algum dia, sorrir sem medo, amar sem medo, viver sem medo, sem carga
Apenas sorrir, amar e viver...
Viver, apenas.

terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

Então estava me analisando, observando os dias e tateando os sentidos.
Resolvi voltar no tempo, olhar os medos e entender os motivos.
Esperei...
Sentei no canto e liguei o modo abstrair.
Vi, nesse instante, cada gota do meu ser se entregando aos poucos.
Percebi que, novamente, estava perdendo o medo e, então, sucumbindo-me a mim.
Fiz um paralelo de razões e sem razões me perdi.
Li a voz suave e certeira que, vez ou outra, me atingiu.
Senti...
Desfiz os laços para poder seguir o caminho e, desse modo,
Segui...
Nada de lembranças, boas ou más.
Sem ressentimentos, sem vingança, sem maldade.
Acho que me fiz estúpido
Afinal não gosto de fazer sofrer quem me faz sofrer.
Deixo que a vida e o tempo cuidem.
Eu já me cansei de tentar ser feliz
Cansei de tentar...
Dou-me a mão para, simplesmente fugir de mim.
Eu estava me analisando e, desanalizando-me
Consegui me entender.
Eu não entendo as relações de hoje em dia. Onde uma noite de sexo é mais interessante que uma companhia pras noites solitárias, para a vida. Eu não consigo compreender onde está o prazer em utilizar-se do sentimento alheio. Não consigo absorver como é possível olhar, dizer que gosta, que quer ficar junto e, no mesmo instante, o pensamento voar noutro corpo, não só o pensamento, todo o corpo noutro corpo. Eu realmente não entendo a delícia de se provocar lágrimas, o êxtase de fazer sofrer.
Noutro dia, disse-me palavras de bravura e força. Oh pobre autor que vos fala, como pode ser tão estúpido?
Realmente meu coração sempre se aperta, sempre chora, sempre procura algo em que se amparar. Sou frágil, aparentemente feliz e forte mas, sou frágil. E quando todo aquele arrepio do choro resolve tomar conta de mim nada o detém. Ninguém me detém.
Se as mãos encontram olhos e os olhos nada veem, como distinguir a intuição certeira que cerca este fadigado escritor?
Nada me ilude, porque vivo na verdadeira ilusão de crer piamente e sabiamente valer-me de estar errado. Não me atenho a beleza, afinal a minha está em mim, no meu caráter, no meu afeto, no meu amor, na suavidade de fazer-me enganado.
Temo por mim, pelos calos que insistem guiar minha vida. Pelos tropeços em pedras repetidas. Por não aprender com os erros. E que são os erros senão faíscas que queimam ao mostrar-nos os acertos?
Voltando as relações, este, que vos fala, é utópico. Crê na companhia e fidelidade de caráter. Acredita na verdade das palavras e na sinceridade dos atos.
Novamente este interlocutor vê-se cara a cara com o mesmo fato de outrora. E dessa vez, pelo menos na tentativa, agirá diferente!
Engraçado como as coisas se modificam em nossas mentes. Nem tudo que cremos e somos agora é exatamente o que fomos ou criamos anteriormente. As verdades imutáveis e absolutas que, vez ou outra, permeiam-nos nem sempre são absolutas e imutáveis. Ou então os são temporariamente.
A evolução natural das coisas faz com que sejamos adaptáveis. O coração resolve tornar-se mais inteligente. E a mente num processo de resposta aprende que não se pode responder tudo ao mesmo tempo.
Aprendemos com o tempo a selecionar, sorrir, chorar, sofrer, desconectar, respirar, agir e, principalmente, sentir.
Nada do que nos é dado é maior ou menor. O desafio é sempre "na medida". Na medida da capacidade, da inteligência ou do desenvolvimento afetivo/mental que este possa proporcionar.
É nessa ótica que visualizo-me: Criador de verdades absolutas e imutáveis temporárias. Enfrentador de desafios moldados exclusivamente "na medida" para mim!!!

sábado, 1 de setembro de 2012

E, então, veio a brisa, aos poucos, de leve, varrendo tudo, limpando tudo, deixando cada coisa em seu devido lugar. Veio o rio, corrente, buscando o restinho de poeira que a brisa esquecera de levar e, enfim, lavou a alma. Veio, por fim, você e, sem medo, resolveu brincar de me fazer feliz!!!

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

As vezes, me sinto tão teu e me entrego tão sem medo em teus braços, sou feliz, sou eu e mais nada. Então, de rompante, surgem barreiras que afastam-te de mim, são palavras, gestos e ações que, nada além de meu amor por ti, demonstram meu medo de perder-te.
As vezes, me sinto tão instante, momento, nada além. É simples, não importa o que aconteça, não interessa quem me magoe, me entristeça, me aborreça, tudo converge para a felicidade de saber que existes.
As vezes meu mundo é tão insignificante, tudo é tão fácil e singelo, sem novidades ou solavancos. Mas, feito mágica, te tenho perto e tudo se torna inexplicável e imenso. Estás em minha vida, isso basta.
As vezes, por teimosia, gotas d'água insistem em percorrer o tortuoso caminho da minha face, descem sem destino e sucumbem ao toque dos meus dedos. Não sei o que fazer, sinto apenas um receio sem dimensões de não te ter ao meu lado.
É sem destino, sem escolha, sem premeditar, é sem respirar, sem contar, sem prever, é sentimento, apenas escorre por meus dedos e, por soluço, transforma-se em palavras.

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

E quando me dizem poeta por externalizar meus sentimentos, fico tímido. 
Nada além de palavras que fluem por meus dedos...e olhos. 
Arrepio-me simplesmente em ouvir, sentir, sorrir, lembrar. 
E tanto bem me faz cumprir esse papel de vidraça.
Tanto bem me fiz em soltar-me das amarras. 
E quando dizem-me sorridente e feliz...é simplesmente porque tento. 
Cada passo tateado de emoção me traduz, simplesmente por eu ser assim: emoção. 
É tão bom deixar-se levar pelo que acreditamos ser a nossa vida. 
Abri as mãos, soprei de leve, e a vi flutuar no vento leve que a abraça...