Tantas coisas pra contar,
De promessas que me fiz.
Roupas, gestos e o falar,
Livres passos bem gentis.
Os meus sonhos, afinal,
De contigo e feliz.
Mesmo jeito, coisa e tal
Traços, laços que não quis.
Consciente do meu fardo,
Sussurrei ao teu ouvido
Dos segredos que não tardo
Em fazer-me a ti despido.
Traças sempre estratégias
Em lançar-te tão certeiro
Juntar-me sempre as tuas rédeas
E usar-me por inteiro.
Quando, então, já não me queres
Faz de mim um adereço.
Não te importas se a mim feres
Sou um nada, recomeço.
Desistindo a cada dia
Desta coisa tão perversa.
Sentimento que não via,
Felicidade submersa.
Vou subindo a montanha
Com perfume em minhas mãos.
Arrepio que me acanha
Vozes, risos, tudo ao chão.
Sorte a minha que disfarço
Ou talvez penso que sim.
Vou datar, talvez Março,
Início e meio do meu fim
Não amo-te mais, isso é certo.
Mas nutro um carinho imenso.
Que se olhado bem de perto
Externaliza o que eu penso.
O problema é que me usas.
Isso é claro, evidente.
Nas conversas obtusas
É que me mostras o que sentes.
Mesmo vendo o que acontece,
Não consigo me soltar
O meu eu que fenece
E o teu eu a me agarrar.
Se te esqueço e me ligas,
Um sorriso em mim despertas.
São migalhas e intrigas
De abraçar-me em horas certas.
E por fim se é que existe,
Diz que não queres me magoar.
E o que dizer, é tão triste,
Não precisa nem tentar.
Nenhum comentário:
Postar um comentário